MUDANÇA
A votação de ontem no Senado sobre o sepultamento da PEC da Bandidagem foi um duro golpe na bandidagem enrustida na Câmara e na covardia do presidente Hugo Motta. Além disso, também serviu para mostrar que é possível haver lucidez numa casa de contrários.
FANATISMO
A Câmara dos deputados, a pior legislatura da história recente, vive numa atmosfera de cegueira, fanatismo e uma turma radical sem noção que criou um mundo paralelo cujos interesses pessoais e partidários são prioritários, em detrimento das pautas que interessam à sociedade.
VOTAÇÃO
Antes da mobilização popular, boa parte dos senadores era favorável à PEC da Bandidagem. Uns chegaram a falar; outros silenciaram para sentir o pulso das ruas. Depois, houve uma adesão completa e o Senado ficou grande, lúcido e revelou a mediocridade da Câmara diante da Nação.
VOZ
Os senadores potiguares Rogério Marinho e Styvenson Valentim ficaram em silêncio sobre a PEC da Bandidagem. Só falaram depois do grito de repúdio das ruas. Rogério marcou posição votando contra um projeto que seu partido votou em peso a favor. Styvenson fez discurso contra a PEC.
Zenaide já havia exposto posição contra o projeto.
POSICIONAMENTO
A posição de Rogério Marinho mostra que é possível ter um lado político, estabelecer posicionamento ideológico e partidário, mas votar contra algo que seu partido apoiou de forma equivocada. A mudança de posição é sempre merecedora de registro positivo.
DOSIMETRIA
A pior Câmara da história passou vergonha nacional com a PEC da Bandidagem. Porém, parece que foi pouco. A turma da malandragem que inverte as pautas continua na batalha para votar a anistia em favor dos golpistas. Anistia que mudou de nome para dosimetria das penas.
COMPARATIVO
Imaginemos um cenário como o descrito na série La Casa de Papel, em que um grupo invade um banco, sequestra reféns e combate a polícia. Depois de presos e condenados a cumprir penas, deputados resolvem anistiar todos, esquecendo os crimes cometidos. Outros, querem que as penas sejam reduzidas. Quem seria favorável?
ABSURDO
A tal dosimetria das penas é o mesmo que desmoralizar o Poder Judiciário porque os condenados são ligados a um grupo político e esse grupo considera que as penas são altas. Entra no mesmo rol de canalhice da PEC da Bandidagem. As diferenças são poucas.
CASSAÇÃO
A cassação do prefeito de Pedra Grande, Pedro Henrique, será um grande teste para o TRE. O gestor foi cassado por ter pago um show de Wesley Safadão com dinheiro público e o artista disse no palco: “Já ganhou, já ganhou”, numa alusão ao desempenho do prefeito na campanha eleitoral.
CASSAÇÃO II
O prefeito Allyson Bezerra pagou um show de Xandy Avião, no Mossoró Cidade Junina, e o cantor fez apologia explícita da candidatura de Allyson a governador. Caso o TRE mantenha a cassação de Pedra Grande, terá que cassar também o de Mossoró.
CASSAÇÃO III
Resta saber se o TRE, que tem uma palmatória mais pesada contra prefeitos de pequenas cidades, vai usar dois pesos e duas medidas para fatos praticamente iguais, em se tratando do prefeito de uma cidade como Mossoró.
CASSAÇÃO IV
A expectativa é que, para evitar ter que usar dois pesos e duas medidas, o processo contra o prefeito de Pedra Grande seja aliviado na segunda instância. Dessa forma, a cassação do prefeito seria revertida e o caminho seria o mesmo para Allyson.