O senador Rogério Marinho (PL) se emocionou ao falar dos extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) detidos após participarem dos atos golpistas em Brasília no último dia 8 de janeiro, e deixou cair algumas lágrimas durante audiência pública no Senado Federal, nesta quinta-feira (13). O parlamentar foi consolado por seu pai, advogado Valério Djalma Cavalcanti Marinho e pelo senador Magno Malta (PL-ES), que o acompanhavam.
O líder da oposição no Senado disse que sua emoção foi diante da situação dos que estão detidos após participarem dos atos violentos de 8 de janeiro, quando eles invadiram, depredaram e vandalizaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF). “Estamos vivendo um momento muito desafiador, que nos cobra atitude e inteligência”, lamentou Rogério.
O “choro” do senador foi publicado por veículos de alcance nacional, como os sites da Folha de S. Paulo e Uol e o perfil do Metrópoles no Twitter, e causou reação nos internautas. Na parte de comentários da Folha, Ana Rodrigues escreveu: “O menino autista assassinado ao ir para a escola no Rio não mereceu as lágrimas do senador. Uma criança que não invadiu nem quebrou nada”.
O internauta Marco Antônio Araújo escreveu: “Senador Rogério Marinho, eu também chorei muito, mas no dia 8, diante da destruição de tantas obras de arte, de tanto patrimônio público. Sem anistia para vândalos e terroristas”.
No perfil do portal Metrópoles no Twitter, internautas reagiram ao vídeo com trecho que Rogério chora pelos golpistas.
“Pergunta se ele chorou por cada pai de família que ficou desamparado pós reforma trabalhista que foi relator ou pós reforma da previdência que encaminhou como ministro. Tem filho de trabalhador que morreu de Covid que hoje recebe 10% de pensão”, escreveu Laura Leite.
Já o internauta Bruno Oliveira foi incisivo: “2023 tem que ficar marcado como o ano do choro dos bolsonaristas, durante 4 anos nunca vi ninguém chorar pelos mortos da Covid ou pelo que o Brasil estava passando, mas esse ano tudo é choro para todo lado. Cadê o imbroxável Bolsonaro, a turma que ia metralhar a esquerda?”.
“Chorou pelos outros presos? Chorou pelos 700 mil mortos? Globo, corre aqui que tem ator bom para contratar”, escreveu Cláudia Fernandes.
Já Diego carvalho quis saber: “Tem vídeo do excelentíssimo chorando por alguma das mais de 700 mil pessoas mortas, pela incompetência do governo que ele apoiou?!”.
“Político é a melhor profissão do mundo, certeza que esse senador de alguém da família Bolsonaro convenceu muitos gados por aí com esse choro de ator da Record”, falou Felipe Leal.
Senador se queixa de fala do ministro Barroso: “É um fato grave”
Na audiência, Rogério Marinho ainda se queixou da fala do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que usou a expressão “derrotamos o bolsonarismo” na abertura do 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), nesta quarta-feira (12). Para ele, o comportamento de Barroso confunde a sociedade sobre o papel do magistrado, que deve ter isenção e distanciamento dos naturais embates políticos do país.
“O fato do futuro presidente do STF ter comparecido a um evento com clara natureza política e emitido opiniões, fazendo afirmações relativas a posicionamentos adotados no último pleito eleitoral, é um fato grave. Ressaltamos que manifestações públicas de membros do Poder Judiciário, emitindo suas opiniões, não colaboram com o fortalecimento de nossas instituições Republicanas, nem com a pacificação social”, queixou-se Rogério.
Segundo ele, “o país precisa de pacificação, de respeito às leis, da liturgia dos cargos que cada um de nós ocupa. Urge que façamos o necessário reequilíbrio entre os poderes, para o efetivo fortalecimento da democracia. Cada poder deve exercer seu mister, levando em consideração os preceitos constitucionais da independência e harmonia entre eles, pelo bem do Brasil”.
BARROSO PEDE DESCULPAS
Em nota, Luís Roberto Barroso pediu desculpas e explicou o contexto de sua fala. “Utilizei a expressão ‘derrotamos o bolsonarismo’, quando, na verdade, me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria. Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente, nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”.