13 de julho é o Dia Mundial do Rock, data que homenageia grandes nomes desse gênero musical. Uma curiosidade é que, apesar do nome ser mundial, a data é comemorada apenas aqui no Brasil e foi implantada durante a década de 1990, após uma divulgação em massa por parte de duas rádios em São Paulo e aderida pelos ouvintes.
Apesar de estarmos no Nordeste, onde predominam outros estilos musicais, Natal tem muito rock e história para contar. A banda Moby Dick, por exemplo, já marcou gerações e conseguiu atravessar as divisas do RN. “Os fãs do rock são pessoas que se identificam de fato com o estilo e fieis a proposta do rock. É comum você vê pessoas que curtem esse estilo ouvindo as mesmas músicas que ouvia quando criança ou adolescente, então nós temos muito carinho por onde passamos, fazemos questão de fazer um show inesquecível, de tornar aquele momento especial”, conta o vocalista Glay Anderson.

O músico afirma que fazer rock em terra de forró ou outros estilos musicais não é fácil, mas sempre há um espaço: “Não é fácil fazer rock, mas sempre tem aquele espaço – as vezes maior, as vezes menor, mas sempre tem. Apesar de não ser como a gente queria. Temos um público que sempre vai nos prestigiar”, porém ressalta sobre as dificuldades: “teve um tempo em que a banda precisou fazer sua própria produção, de criar eventos e vender eventos para poder tocar. Hoje, conseguimos estar nos melhores eventos, mas nem sempre foi assim, principalmente no início”.
O preconceito sobre o estilo musical também é uma das dificuldades, relata o vocalista: “Existe o preconceito de algumas pessoas que ainda acham que tocar rock é algo marginalizado, algo rebelde, que isso é temporário. O lado financeiro também pesa bastante, devido à ausência de investimentos por parte de empresários, a falta de reconhecimento na parte técnica e também de espaços para bandas”.

O vocalista faz questão de deixar um conselho para aqueles que sonham e desejam ingressar nesse mundo: “um conselho que eu dou, é que não se acomode! Apesar da decepção e ser um caminho difícil, mas quando se faz o que gosta, se faz com sentimento verdadeiro que vem da alma, a valorização vem”, enfatizou.
ROCK POTIGUAR
Fundada em 2001, a banda Moby Dick foi influenciada pelos grandes clássicos do rock, como conta o vocalista Glay Anderson: “nossa banda surgiu durante uma reunião de amigos para fazer rock, nossos primeiros shows foram influenciados pelo rock clássico, o rock mais antigo mesmo dos anos 60. Em 2003, lançamos o nosso primeiro EP autoral, com o título “Rock até debaixo d’água”, que nos levou a participar de eventos nacionais e até ganhamos título como a melhor música do estado”.
O cantor lembra que o ano de 2010 foi marcante para a banda: “lançamos nosso primeiro CD com todo apoio da turma do rock, com músicas autorais e acervos do rock. Outros eventos nos marcaram muito, fomos finalistas do MPBeco e realizamos muitos shows, até uma turnê pelo Nordeste”, contudo o vocalista lembra que passaram um susto grande: “durante esse período de turnê pelo Nordeste, sofremos um acidente, ninguém se feriu gravemente, só escoriações”.
Passado um tempo, os próximos anos foram de mudanças na formação da banda e com novos desafios, relembra Glay: “em 2016 gravamos um novo DVD, já com nova formação, que teve uma boa adesão do público, participamos de vários tributos, especiais. Ficamos conhecidos por tocar, quase todos os anos, no tributo a Raul”, outro DVD foi gravado em 2019, mas com outra proposta: “gravamos em 2019, mas com um som que não é de nosso costume tocar, focamos em um MPB Regional, do Nordeste. Um trabalho mais autêntico, bem originais, para ampliar nosso público”, relatou.
O último trabalho autoral da banda, um EP com quatro músicas, foi lançado em 2022: “nesse último trabalho, tivemos músicas premiadas. A banda está ganhando ainda mais notoriedade nesse cenário, com agenda cheia e levando essa bandeira do rock”, relembra Glay acrescentando que “o maior legado da Moby Dick é sem dúvidas é a alegria, a energia. As pessoas vão ao nosso show para se sentir bem, para sentir toda aquela energia. Tentamos mostrar sempre o melhor, fazer o trabalho de coração, nos dedicamos bastante. Queremos que as pessoas escutem nossas músicas e tenham boas memórias, para gente o principal objetivo é ver nosso público feliz”.
A banda Moby Dick está de agenda lotada para esse final de semana dedicado ao Dia Mundial do Rock, inicia tocando em Mossoró, nesta quinta-feira (13), no Buscapé Buds. Na sexta-feira (14), na Zona Abissal, em Natal. Já no sábado, tem jornada dupla, tocando em Maracajaú e, em seguida, retorna para Natal tocando no Whiskritório.

13 de julho
Mas, por que o dia 13 de julho? Neste dia, no ano de 1985, aconteceu o Live Aid, um festival que tinha como objetivo arrecadar dinheiro para fornecer ajuda humanitária no combate à fome na Etiópia. Os shows foram realizados no Wembley Stadium, em Londres, e no John F. Kennedy Stadium, na Filadélfia. Os shows foram transmitidos pela televisão em diversas partes do mundo, o festival contou com mais de 1,5 bilhão de espectadores.
O festival teve a participação de grandes bandas como Queen, U2, Led; além de nomes como Bob Dylan, Paul McCartney e Phil Collins. Conta-se que inclusive foi devido a uma declaração de Phil Collins, expressando seu desejo de tornar aquela data como um dia dedicado ao rock.
O rock, um dos estilos musicais mais famosos da história, surgiu na virada da década de 1940 para a de 1950 e misturou elementos do rhythm and blues, jazz e country and western, estilos populares nos Estados Unidos na época. No Brasil, o estilo também fez muito sucesso e popularizou dezenas de bandas e cantores.

Júnior Groovador
O Rio Grande do Norte ganhou protagonismo em um dos principais festivais musicais em 2019, quando o baixista Junior Groovador subiu ao palco do Rock in Rio para tocar com o Tenacious D, de Jack Black, ficando conhecido como o “baixista dançarino”.
O músico ganhou notoriedade após seus vídeos, publicados nas redes sociais, viralizarem com seu jeito diferente e autêntico de tocar grandes clássicos do rock em uma versão nordestina.