A TRAJETÓRIA SINGULAR DE GILVAN LOPES DE SOUZA
BIOGRAFIA
Natural de Açu, interior do Rio Grande do Norte, o artista plástico autodidata Gilvan Lopes de Souza, nascido em 1º de maio de 1960, construiu sua trajetória artística a partir das próprias raízes. Filho de José Guilherme Lopes, agricultor e carroceiro, e de Maria de Lourdes de Souza, doméstica. Gilvan Lopes, como é mais conhecido, cresceu em um ambiente simples, onde a criatividade se desenvolveu entre a poeira do sertão e os materiais rústicos disponíveis.
Sua infância foi compartilhada com onze irmãos, em uma casa dividida entre o tijolo e a taipa, no bairro histórico da Rua do Córrego, onde começou a desenhar com carvão, cal, pó de tijolo e pedras de anil sobre rebocos rachados, isto ainda adolescente, entre os 12 e 14 anos. O seu primeiro mural: uma releitura do célebre Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, pintado com pincéis improvisados de fibra de corda e talo de carnaúba. Embora não tivesse destaque escolar, acumulando suspensões, castigos e repetências, sua persistência o levou à graduação em Biologia, formação que, segundo ele, guarda apenas para si. Foi fora da sala de aula que Gilvan Lopes encontrou seu verdadeiro chamado. Incentivado pelos vizinhos e pela própria família, que sempre dizia que o “menino nasceu com um dom carregado de inteligência”, ele mergulhou na arte com o vigor de quem carrega no peito a fé e no braço o pincel.
ARTE EM MOVIMENTO E DIVERSIFICAÇÃO
Sua obra é vasta e diversificada, abarcando pintura, escultura, murais, cartuns e xilogravuras.
Trabalha com diferentes materiais, sempre em busca de novas experimentações. Apesar de poucas exposições individuais, tem uma presença significativa em salões de arte no RN e em outros estados do Brasil, além de uma participação coletiva em Miami, nos Estados Unidos.
ALGUMAS PREMIAÇÕES E EXPOSIÇÕES
Gilvan é detentor de importantes premiações, como o Prêmio Newton Navarro, o Prêmio José Gurgel, o Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal, o Salão Dorian Gray de Arte Potiguar, o Prêmio Chico Santeiro e menção honrosa no Museu Casa da Xilogravura (Campos do Jordão/SP).
Também foi premiado no FIAN – Festival Internacional de Arte Naif (Guarabira/PB) e teve uma de suas xilogravuras selecionadas para a 2ª Bienal de Gravura de Arequipa, no Peru.
ÁLBUNS E FANZINES
Publicou dois álbuns de xilogravuras, Imburana e Sertão Vadio, e prepara Anatomia do Medo. É autor de cinco edições de cartuns do fanzine Cafuné, uma edição de Arapuca e da coletânea Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar Eu Traço, reunindo charges e cartuns.
MURAIS E PROJETOS
Paralelamente, desenvolve murais em diversas cidades potiguares, em escolas públicas e espaços urbanos, com destaque para os projetos Cidade Íntima, Pelo Caminho das Cores e, em 2025, As Cores da Vida, contemplado pelo edital PNAB – Aldir Blanc de apoio à cultura urbana e periférica.
SINGULARIDADE
Para Gilvan, a arte, assim como a fé, é um sentimento que só cada um pode compreender em sua plenitude. Sua trajetória é marcada por resistência, criatividade e uma entrega profunda ao fazer artístico. Em suas palavras, “ninguém pode ser outro”. Ele é, com todas as cores e traços, singular.