O coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos afirmou nesta segunda-feira (28) que a carta, que segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República) visava pressionar o alto comando do Exército para aderir o plano de golpe, era apenas um ‘desabafo’ de oficiais.
O militar faz parte dos réus do “núcleo 3”, formado na maioria por militares das Forças Especiais, chamados de “kids pretos”. O grupo presta depoimento nesta segunda no STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o militar, ele participou de uma confraternização com os kids pretos em novembro de 2022. Ele diz que foi ao local e todos ficaram entre às 19h e às 21h.
Bastos disse que recebeu a carta de um coronel que chefiava o Centro de Inteligência do Exército. E também afirmou que pediu o documento para o coronel Correa Neto apenas para encaminhar para outro colega.
“Na verdade, esse documento era uma carta muito mal escrita. Seria ali como um desabafo de frases soltas. Não acrescentava nada com nada. Pode ser dito como um desabafo daqueles oficiais”, disse Bastos.
“Uma carta escrita por quatro coronéis é impossível influenciar o alto comando do Exército”, acrescentou.
Conforme a denúncia da PGR, os acusados seriam responsáveis por ações táticas da tentativa de golpe de Estado, monitorando alvos e planejando sequestros e execuções.
Veja quem são os réus:
- Bernardo Correa Netto, coronel preso na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal;
- Estevam Theophilo, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército e supostamente envolvido com carta de teor golpista;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército e integrante do grupo “kids pretos”;
- Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
- Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo “kids pretos”;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército e integrante do grupo “kids pretos”;
- Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel do Exército acusado de participar de discussões sobre minuta golpista;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel;
- Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal.
*Com informações da CNN