O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou o desligamento do ar-condicionado da Casa durante o recesso parlamentar, o que, segundo parlamentares da oposição, inviabilizou a realização de reuniões das comissões. A medida, anunciada por meio de ofício enviado aos deputados nesta terça-feira (22/7), valerá até o dia 1º de agosto.
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) criticou a decisão e afirmou que uma de suas assessoras chegou a passar mal devido à ausência de climatização.
“Hugo Motta não permitiu nem ligar o ar-condicionado da sala de reunião da comissão. Minha assessora quase desmaiou”, escreveu a parlamentar nas redes sociais.
Segundo Zanatta, a ação teve como objetivo prejudicar a oposição, que havia convocado reuniões mesmo durante o recesso para dar andamento a pautas próprias.
“Hugo Motta cancelou e ainda proibiu a realização das reuniões das comissões convocadas por nós da oposição. Ele fez isso HOJE, em uma clara afronta à nossa mobilização. Ele gosta mesmo é de ceder à greve de fome de deputado do PSOL”, declarou.
As reuniões foram convocadas por deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em reação às medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de entrevistas e de acesso às redes sociais.
A decisão de Motta foi divulgada pouco antes da abertura das sessões das comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores, ambas presididas por parlamentares da base bolsonarista. Os colegiados pretendiam votar moções de apoio ao ex-presidente.
*Com informações do Metrópoles