O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou nesta segunda-feira (14) que o governo brasileiro reunirá o setor produtivo nesta semana para discutir as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, sob ordem do presidente Donald Trump.
A primeira rodada de conversas será realizada nesta terça-feira (15), no Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Pela manhã, às 10h, serão ouvidos representantes da indústria, e à tarde, às 14h, do agronegócio. Segundo o ministro, esta é apenas a etapa inicial de uma articulação conjunta entre o governo e a iniciativa privada, que também incluirá empresas e entidades americanas.
“O presidente Lula criou um comitê de trabalho, formado pelo MDIC, Casa Civil, Ministério da Fazenda e Ministério das Relações Exteriores. A primeira tarefa é conversar com o setor privado. Vamos trabalhar juntos para reverter essa questão, que é totalmente inadequada”, afirmou Alckmin.
“Chamamos as entidades e algumas empresas diretamente impactadas. Isso não vai se limitar a amanhã, essa é a primeira conversa. Vamos dar continuidade a esse trabalho.”
Alckmin destacou que também será marcada uma agenda com empresas americanas e entidades bilaterais, para pressionar por uma revisão da decisão do governo Trump.
“É evidente que as empresas americanas também serão atingidas. Vamos conversar com elas e com as entidades do comércio Brasil-EUA. Há uma integração em cadeia. Vamos agir em conjunto.”
Nenhuma proposta sobre alíquota
O ministro refutou versões que circularam sobre supostos pedidos do governo brasileiro por prorrogação de prazo ou negociação de alíquotas:
“Não tem procedência. O governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta sobre alíquota. Estamos ouvindo os setores mais envolvidos, para que o setor privado também participe e mobilize seus parceiros nos EUA. Assim como o governo fará.”
Alckmin também rebateu o argumento usado pelo governo Trump de que as tarifas se justificariam por desequilíbrios comerciais. Segundo ele, não há superávit brasileiro relevante frente aos EUA, e a relação tarifária é, em muitos casos, favorável aos norte-americanos.
“Dos 10 produtos que os Estados Unidos mais exportam para o Brasil, 8 têm tarifa zero”, disse.
*Com informações do Infomoney