As eleições para o Senado, em 2026, seguem o esquema de sempre: renovação parcial. Um terço num pleito, dois terços em outro.
São 81 cadeiras, com mandatos de oito anos. De quatro em quatro anos, mexe-se numa parte.
Desta vez, a troca é maior: dois terços. Cinquenta e quatro vagas. Dois senadores por estado e pelo Distrito Federal. Eleição majoritária. Vence quem tiver mais voto. Simples.
As vagas abertas são das eleições de 2018, quando muito senador se elegeu embalado pelo fenômeno bolsonarista. Agora, o clima é outro. Essas eleições devem medir a força do governo federal e dar espaço para rearranjos nos estados. Jair Bolsonaro terá peso decisivo, mas inelegível. Atuará apenas como cabo eleitoral.
No Rio Grande do Norte, a disputa será entre três nomes fortes: Styvenson Valentim (PSDB), Zenaide Maia (PSD) e Fátima Bezerra (PT).
Styvenson parece firme. As pesquisas e os acertos de bastidores indicam que ele será o mais votado. Tem boa margem. É a primeira e segunda opção de muita gente. Não deve ser esquecido, no entanto, o ensinamento do mineiro Magalhães Pinto, uma das maiores raposas da vida pública nacional: ele dizia que política é incerta e instável como as nuvens – você olha e elas estão de um jeito, pouco depois olha de novo e elas estão de um outro jeito. Então, ressalto: se nada mudar radicalmente, a briga pela segunda vaga será entre Zenaide e Fátima. A governadora está na frente como primeira opção de voto, mas perde como segunda.
O voto do centro para a direita tende para Styvenson e Zenaide. A esquerda prefere Fátima e, em segundo, Zenaide. Os militantes do PT pensam assim. Quem se debruça sobre planilha para calcular os votos não se engana: Styvenson está praticamente dentro. A ameaça à atual governadora, que tenta voltar à Câmara Alta, é Zenaide.
Quem conhece o PT sabe: o apoio dos petistas não irá, caso a situação se mantenha, para a senadora pessedista. Zenaide não será segunda opção de ninguém no PT. Representa risco. Fátima quer a vaga. Não dividirá voto.
A campanha nem começou. Muita coisa vai rolar sob a ponte, muito ainda vai acontecer, entretanto as peças estão no tabuleiro. O sinal amarelo já acende para petistas e pessedistas.