GETÚLIO MOURA XAVIER: O SURREALISTA POTIGUAR QUE TRANSFORMA O IMAGINÁRIO EM ARTE
DA INFÂNCIA EM TABATINGA AO LEGADO CULTURAL
Getúlio Moura Xavier nasceu em 1962 no antigo povoado de Tabatinga, Vale do Rio Açu, hoje distrito de Alto do Rodrigues-RN. Filho de Sebastião Quintiliano Xavier e Francisca Moura Xavier.
Casado com Sandra da Costa Baracho Viana Xavier. Ainda criança, mudou-se com a família para Macau, onde cresceu e desenvolveu suas múltiplas vocações. Ali viveu até 2009, quando fixou residência em Assú, terra de poetas e palco de sua maturidade artística. Atualmente reside em Natal-RN.
Desde cedo, o interesse pelas artes se revelou. Aos sete anos, durante os primeiros anos escolares, Getúlio já se destacava ao ilustrar trabalhos e exposições. Membro da Academia Macauense de Letras e Artes (AMLA), ocupa a cadeira nº 15, cujo patrono é Manoel Rodrigues de Melo. Sua trajetória mistura talento, inquietude e uma dedicação incansável à cultura potiguar.
DA INFÂNCIA EM TABATINGA AO LEGADO CULTURAL
Getúlio Moura Xavier nasceu em 1962 no antigo povoado de Tabatinga, Vale do Rio Açu, hoje distrito de Alto do Rodrigues-RN. Filho de Sebastião Quintiliano Xavier e Francisca Moura Xavier.
Casado com Sandra da Costa Baracho Viana Xavier. Ainda criança, mudou-se com a família para Macau, onde cresceu e desenvolveu suas múltiplas vocações. Ali viveu até 2009, quando fixou residência em Assú, terra de poetas e palco de sua maturidade artística. Atualmente reside em Natal-RN. Desde cedo, o interesse pelas artes se revelou. Aos sete anos, durante os primeiros anos escolares, Getúlio já se destacava ao ilustrar trabalhos e exposições. Membro da Academia Macauense de Letras e Artes (AMLA), ocupa a cadeira nº 15, cujo patrono é Manoel Rodrigues de Melo. Sua trajetória mistura talento, inquietude e uma dedicação incansável à cultura potiguar.
O ARTISTA MULTIFACETADO

A obra de Getúlio Moura transita majoritariamente pelo surrealismo, mas também abraça elementos figurativistas e cubistas. Suas telas são densas, oníricas e simbólicas. Além da pintura, é poeta, músico, fotógrafo, escritor, designer gráfico e memorialista.
Conheci Getúlio em 1988, na Petrobras, onde trabalhávamos. Ali nasceu uma amizade que persiste. Por sua habilidade no design, convidei-o a criar a capa do meu primeiro livro, A Marcha do Homem. A partir dessa parceria, junto com Benito Maia Barros e João Vicente Guimarães, Getúlio fundou o selo literário Imperial Casa Editora da Casqueira (ICEC). No âmbito do projeto, assinou mais de 50 capas de livros, além de ilustrações e projetos gráficos.
UM SURREALISMO ENRAIZADO NO SERTÃO

O surrealismo de Getúlio conecta o Vale do Açu às vanguardas artísticas do mundo. Movimento iniciado pelo poeta francês Guillaume Apollinaire e consagrado por André Breton, o surrealismo une poesia e artes visuais, rompendo com a lógica para exaltar o inconsciente e o “maravilhoso”.
Entre as obras mais emblemáticas de Getúlio destacam-se Apolo e Vênus (1996), A Espera (1987) e Dimensional (1988). Esta última evoca símbolos dalinianos ao retratar o homem moderno aprisionado por muralhas, frente à ameaça das usinas nucleares e ao enigma do gigantesco ovo quebrado, metáfora do ciclo da vida e da morte. Como ensinou Max Ernst, para o surrealismo absoluto “nenhuma condição mental, consciente, de gosto ou vontade deve interferir na criação”.
E é exatamente dessa liberdade criativa que brotam as telas e versos de Getúlio.
CULTURA E MEMÓRIA
Getúlio expôs suas obras em Macau, Natal, Rio de Janeiro e Bahia, recebendo premiações e reconhecimento. É autor de Instinto Reverso (1997), Um Rio Grande e Macau – Cronologia da História Geral (2005) e coautor de A Escola de Macau (2003). Está no prelo, o livro Antiguíssimo – Pré história Humana do Rio Grande do Norte, um trabalho primoroso com visitação e imagens de figuras rupestres de diversas cavernas do Estado. Foi também fundador do grupo Mambembe, ao lado de nomes como Tião Maia e Laércio Negão, promovendo a música popular brasileira na região. O artista dedicou-se ainda ao registro fotográfico da fauna e flora do delta do Açu, catalogando as espécies da transição litoral/sertão. Um trabalho que une arte, ciência e preservação.
UM PATRIMÔNIO VIVO
Por sua incansável dedicação às artes plásticas, à literatura, à música e à memória cultural, Getúlio Moura Xavier figura entre os maiores artistas do Rio Grande do Norte. Sua obra compõe o legado do estado e integra o patrimônio histórico e cultural do Brasil.